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Luz e encanto

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     Como dizia o poeta Vinícius de Moraes: "As feias que me perdoem, mas a beleza é fundamental". É óbvio que nada de pessoal existe na afirmação, pois a poesia se inspira no que é belo; o poeta sobrevive apenas pela exaltação da beleza. Apenas os tolos e deprimidos deixam de exaltá-la.          Partindo desta premissa, deixo aqui um pouco daquele sentimento que agita o espírito quando, inesperadamente, é confrontado com cenas de infinita beleza e poesia. A alma do poeta é pura e ao mesmo tempo complicada. Sua arte consiste em transmitir através das palavras tudo o que; num instante fugaz, a mente aguçada percebeu. Homenageio aqui minha jovem e querida amiga Analubabalu, fonte de inspiração pela postagem feita por ela no Instagram. Permita-me amada amiga este pequeno deslize; de tornar pública toda essa emoção que senti. Na escuridão profunda Penetrou a luz E revelou a beleza! Que de tão soberba A todos envergonhou Na caverna escura Que o mar sonorizou E onde o sol Com ener

A irracionalidade na era da razão

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         Uma piada muito antiga conta que um cientista de determinada nacionalidade (a qual não ouso revelar a fim de não causar polêmica), durante muitos anos dedicou-se ao adestramento de baratas, a fim de que elas aprendessem obedecer a um comando de voz. O estudioso usou todas as técnicas, até então conhecidas, utilizadas por adestradores para o condicionamento de animais. Foi uma experiência bastante simples: Resumia-se em dar um comando de voz para que a barata se colocasse em movimento e outro comando para que ela parasse. Assim o cientista atribui à palavra "andar" o comando para que a barata se movimentasse e à palavra "parar" o comando para que ela cessasse o movimento. Com muito treinamento e dificuldade o pesquisador obteve êxito em sua experiência. "Andar"- ele pronunciava de maneira clara e entonada como uma ordem! O inseto punha-se em deslocamento rápido e preciso. "Parar" - com a nova pronúncia a baratinha ficava estática. Várias

Sobre amor e sentimento

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    De repente o coração cria asas Emoções transbordam... como vertentes! Alma quer voar O corpo aprisiona; Barreiras do sentimento, “Na hesitação do momento,” A fuga impede! Amar é verbo transitivo... Mas não é transitório. Amor é substantivo masculino Mas se redobra Nas entranhas femininas É útero e coração! Tudo se movimenta como o vento O corpo percebe a brisa... Na alma um temporal. Nela tudo se multiplica É tudo emoção! Não dá para fugir... Bendita prisão é o sentimento... Dele somos escravos; Nesta ânsia de sentir!  

A Ilha das Cavernas, dos Megálitos, dos Mistérios - Parte 2

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         O norte da ilha possui uma  incrível coleção de diversos tipos de formações. Neste relato continuo falando do Morro dos Ingleses. que ocupa lugar de destaque em meio a tantas intrigantes belezas.                                   Furna do Santinho (2) - Uma caverna ainda não explorada      As pr imeiras trilhas talvez sejam as mais marcantes. Principalmente quando se trata de um aventureiro solitário, munido de poucas informações sobre o local a ser explorado . Agindo apenas por impulso, definindo quase que por instinto o rumo que deve seguir. Tudo é descoberta, tudo é emoção! foi assim que comecei minha rotina de trilhas. Talvez essa seja a essência do espirito aventureiro. Ter sido o morro onde dei os primeiros passos em minhas explorações, gravou de forma indelével, imagens que exaltam minha emoção o tempo todo.     Continuando nesta aventura pelo morro dos ingleses um pouco mais ao sul, mas ainda na região dos costões, existem algumas cavernas interessantes. São furnas de

A inteligência e a esperteza

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               A sociedade brasileira está polarizada de todas as formas. Economicamente, politicamente, sociologicamente, emocionalmente. Como nação estamos separados. O preconceito se tornou a base ideológica de quase todos  os temas. Os espertos dominam todas as áreas, o que até certo ponto considero normal. Afinal, esperteza é sinal de inteligência, mas não é sinônimo. Aos espertos faltam valores éticos e morais. O que poderá  fazer um povo que vive sob a égide da esperteza?  Tenho lido com frequência, nas redes sociais, publicações com frases de efeito sobre idiotas e idiotices. São tantas que despertaram meu senso crítico, acendendo em minha mente a luz vermelha de alerta contra o preconceito. A idiotia é uma espécie de deficiência mental, aqueles que dela sofrem são desprovidos do “bom senso” ou, pelo menos, são assim considerados. Os dicionários de língua portuguesa definem a palavra como “ignorância – falta de inteligência”. A psicologia define como “retardo mental e atraso in

As cavernas da trilha do saquinho

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     Bastante conhecida e muito procurada pelos amantes da natureza, a trilha do Saquinho esconde belezas incríveis, vislumbradas apenas por aqueles que não se contentam apenas em trilhar caminhos. Entre as belezas ocultas nesta maravilhosa paisagem do sul da ilha encontramos quatro cavernas. Apesar de não serem cavidades suntuosas, possuem aquela singela beleza que somente os olhos dos aventureiros motivados pela emoção podem perceber.         A trilha do Saquinho é uma das trilhas mais procuradas da ilha. A beleza estonteante do lugar certamente é o motivo principal. Mas o caminho possui também atrativos para os amantes da natureza que não gostam de muitos esforços nem de desbravamentos. Trilheiros trafegam por ali como se fosse em uma avenida. A trilha é toda calçada e bem sinalizada com plaquinhas decorativas. Apesar de aclives bem acentuados a caminhada até a praia do Saquinho é bem tranquila. Muitos mirantes e temas diversos para quem gosta de fotografar. Mas quando saímos fora

A ilha das cavernas, dos Megálitos, dos mistérios - Parte 1

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      Trilhar pela ilha da magia é muito mais que aventura. É encantamento! Difícil acreditar que tão próximo de um centro urbano possa existir natureza tão exuberante e selvagem. Desde que comecei a percorrer os caminhos encantados da ilha, não parei de acrescentar,  ao meu estilo de vida,  surpresas e admiração. Torna-se difícil falar sobre minhas próprias experiências, pois as palavres se tornam insuficientes para expressar tudo o que a alma sente!         Fica aqui o registro de mais uma destas emocionantes aventuras trilhando em Florianópolis. O cenário desta narrativa é o morro do Ingleses, que separa a praia do Santinho da praia dos Ingleses.         Pedra redonda - um dos recantos do morro dos Ingleses        É impossível trilhar os caminhos da ilha sem que encontremos três coisas maravilhosas: Cavernas, Megálitos e Mistérios. A natureza providenciou, aqui neste "pedacinho de terra no meio do mar", uma perfeita combinação de energia e  matéria. São instigantes demais

Merecida homenagem a estas mulheres maravilhosas

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             Por muitos anos, associou-se o dia 8 de março à ocorrência de grandes incêndios em fábricas, no início do século, quando dezenas de operárias teriam perecido. O mais conhecido desses incidentes é o  incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist , que realmente ocorreu, em 25 de março de 1911, às 5 horas da tarde, e matou 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens. A fábrica empregava 600 pessoas, em sua maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Uma das consequências da tragédia foi o fortalecimento do Sindicato Internacional de Trabalhadores na Confecção de Roupas de Senhoras, conhecido pela sigla inglesa ILGWU. A acadêmica  Eva Blay  considera "muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao  imaginário coletivo  da luta das mulheres", mas ressalta que "o processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas  socialistas   americanas  e  europeias  

Confesso que também vivi (Parte 2)

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           No inicio da década de 1960 minha família mudou-se do bairro glória, meu paraíso da primeira infância, para o bairro São João, zona norte da capital, na época conhecido por quarto distrito. Era um bairro totalmente diferente, urbanizado, poucas áreas verdes, muitos edifícios, ruas movimentadas, muitos estabelecimentos comerciais e gente para todos os lados.  Foi a primeira afronta real à minha liberdade; uma mudança de hábitos que jamais consegui absorver em meu espírito e, sem que eu soubesse, começou moldar minha rebeldia contra o mundo moderno e grandes cidades.                         A ponte do Guaíba. Nos pilares da parte levadiça acabei encontrado meu refúgio!                  Por conta dos negócios; meu pai abandonou o tão querido bairro da Glória; fomos morar na rua Quintino Bandeira esquina com Av. Farrapos. Era um pequeno edifício de esquina, com quatro pavimentos, no térreo existiam meia dúzia de lojas, uma das quais foi alugada por meu pai que instal