Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Paixão

Confesso que também vivi (parte 3)

Imagem
       Os anos 1970 foram um divisor de águas incrível. Acho que passei por todas as provações possíveis e imaginárias. Na grande maioria das vezes não eram sofrimentos materiais, coisas como doenças ou perdas de  pessoas próximas por falecimento. Não... as provações eram mentais. Minha cabeça  redemoinhava em uma turbulenta agitação. A verdade conquistada em determinado momento; não tinha mais valor no momento seguinte. Cada certeza era imediatamente substituída por uma dúvida atroz.              O resultado de tudo isso era sofrimento disfarçado de alegria. Estava rodeado de amigos que se aproximavam pela energia boa do meu temperamento alegre e descontraído, as vezes irreverente demais!  Mas, no âmago, min'alma sofria demasiadamente quando me encontrava só. Era como se eu  possuísse dois temperamentos. Foi um aprendizado difícil e controverso, mas aqui estou; narrando estes fatos; isto deve significar alguma coisa boa!               Quando me alistei no exército, em 19

Confesso que também vivi (Parte 2)

Imagem
           No inicio da década de 1960 minha família mudou-se do bairro glória, meu paraíso da primeira infância, para o bairro São João, zona norte da capital, na época conhecido por quarto distrito. Era um bairro totalmente diferente, urbanizado, poucas áreas verdes, muitos edifícios, ruas movimentadas, muitos estabelecimentos comerciais e gente para todos os lados.  Foi a primeira afronta real à minha liberdade; uma mudança de hábitos que jamais consegui absorver em meu espírito e, sem que eu soubesse, começou moldar minha rebeldia contra o mundo moderno e grandes cidades.                         A ponte do Guaíba. Nos pilares da parte levadiça acabei encontrado meu refúgio!                  Por conta dos negócios; meu pai abandonou o tão querido bairro da Glória; fomos morar na rua Quintino Bandeira esquina com Av. Farrapos. Era um pequeno edifício de esquina, com quatro pavimentos, no térreo existiam meia dúzia de lojas, uma das quais foi alugada por meu pai que instal

Confesso que também vivi! (parte 1)

Imagem
     No final dos anos setenta me deparei com a obra "Confesso que vivi" de Pablo Neruda. Foi o primeiro contato que tive com o poeta. Fiquei impressionado com aquele estilo poético utilizado para escrever a auto-biografia dele. Hoje; mais de quarenta anos se passaram, sinto-me cada vez mais entrelaçado ao estilo e a vida daquele que marcou e, de certa forma, modificou profundamente minha conduta como ser humano. Somos seres emocionais, e sem emoções não existe plenitude de vida!             Hoje sou um ser reflexivo. Não que eu esteja acomodado, libertado de todas as emoções. Apenas vivo um momento de ponderação. Não mergulho mais de cabeça sem antes observar as profundezas obscuras da água e o que podem elas esconder. Não me considero sábio e a experiência obtida através dos erros tem foco no passado. Se não vivo mais lá, porque as lembranças haveriam de ser úteis no presente? Ah! eis aí a grande questão da vida! Tudo vale a pena relembrar quando está impregnado