Postagens

Mostrando postagens com o rótulo amor

Confesso que também vivi (parte 3)

Imagem
       Os anos 1970 foram um divisor de águas incrível. Acho que passei por todas as provações possíveis e imaginárias. Na grande maioria das vezes não eram sofrimentos materiais, coisas como doenças ou perdas de  pessoas próximas por falecimento. Não... as provações eram mentais. Minha cabeça  redemoinhava em uma turbulenta agitação. A verdade conquistada em determinado momento; não tinha mais valor no momento seguinte. Cada certeza era imediatamente substituída por uma dúvida atroz.              O resultado de tudo isso era sofrimento disfarçado de alegria. Estava rodeado de amigos que se aproximavam pela energia boa do meu temperamento alegre e descontraído, as vezes irreverente demais!  Mas, no âmago, Minh'alma sofria demasiadamente quando me encontrava só. Era como se eu  possuísse dois temperamentos. Foi um aprendizado difícil e controverso, mas aqui estou; narrando estes fatos; isto deve significa...

Brindemos o amor

Imagem
Brindemos ao amor! Seja ele presença constante Brindemos aos loucos! Que através do amor Experimentam a intensidade da vida. E quando amor também é dor Bem-vindo seja! Brindemos o sono perdido Paixões mal resolvidas Amores que se foram. Brindemos com néctar sagrado “Sangue da paixão” Os amores não correspondidos Permaneçamos embriagados A fim de suportar ausências! Brindemos ao amor Com emoção! Aquela que os apaixonados sentem! Somente eles podem compreender Tão sublime sentimento. E se a saudade importunar Ergamos taças transbordantes “De vinho tinto” Para que o sangue se aqueça E alma não congele. Não te preocupes, se não ouvires, no brinde, O tilintar das taças Na solidão, quase sempre, Tem amor em dobro! Hoje quero brindar A solidão permanente! Mesmo no caminho solitário Amores estão presentes Se ficarmos ao relento Sem vinho tinto para sorver O amor amenizará A falta de alguém para amar!

Luz e encanto

Imagem
     Como dizia o poeta Vinícius de Moraes: "As feias que me perdoem, mas a beleza é fundamental". É óbvio que nada de pessoal existe na afirmação, pois a poesia se inspira no que é belo; o poeta sobrevive apenas pela exaltação da beleza. Apenas os tolos e deprimidos deixam de exaltá-la.          Partindo desta premissa, deixo aqui um pouco daquele sentimento que agita o espírito quando, inesperadamente, é confrontado com cenas de infinita beleza e poesia. A alma do poeta é pura e ao mesmo tempo complicada. Sua arte consiste em transmitir através das palavras tudo o que; num instante fugaz, a mente aguçada percebeu. Homenageio aqui minha jovem e querida amiga Analubabalu, fonte de inspiração pela postagem feita por ela no Instagram. Permita-me amada amiga este pequeno deslize; de tornar pública toda essa emoção que senti. Na escuridão profunda Penetrou a luz E revelou a beleza! Que de tão soberba A todos envergonhou Na caverna escura Que o mar so...

Sobre amor e sentimento

Imagem
    De repente o coração cria asas Emoções transbordam... como vertentes! Alma quer voar O corpo aprisiona; Barreiras do sentimento, “Na hesitação do momento,” A fuga impede! Amar é verbo transitivo... Mas não é transitório. Amor é substantivo masculino Mas se redobra Nas entranhas femininas É útero e coração! Tudo se movimenta como o vento O corpo percebe a brisa... Na alma um temporal. Nela tudo se multiplica É tudo emoção! Não dá para fugir... Bendita prisão é o sentimento... Dele somos escravos; Nesta ânsia de sentir!  

Confesso que também vivi (Parte 2)

Imagem
           No inicio da década de 1960 minha família mudou-se do bairro glória, meu paraíso da primeira infância, para o bairro São João, zona norte da capital, na época conhecido por quarto distrito. Era um bairro totalmente diferente, urbanizado, poucas áreas verdes, muitos edifícios, ruas movimentadas, muitos estabelecimentos comerciais e gente para todos os lados.  Foi a primeira afronta real à minha liberdade; uma mudança de hábitos que jamais consegui absorver em meu espírito e, sem que eu soubesse, começou moldar minha rebeldia contra o mundo moderno e grandes cidades.                         A ponte do Guaíba. Nos pilares da parte levadiça acabei encontrado meu refúgio!                  Por conta dos negócios; meu pai abandonou o tão querido bairro da Glória; fomos morar na rua Quintino Bandeira esquina com Av. Farrapos. Era um p...

Confesso que também vivi! (parte 1)

Imagem
     No final dos anos setenta me deparei com a obra "Confesso que vivi" de Pablo Neruda. Foi o primeiro contato que tive com o poeta. Fiquei impressionado com aquele estilo poético utilizado para escrever a auto-biografia dele. Hoje; mais de quarenta anos se passaram, sinto-me cada vez mais entrelaçado ao estilo e a vida daquele que marcou e, de certa forma, modificou profundamente minha conduta como ser humano. Somos seres emocionais, e sem emoções não existe plenitude de vida!             Hoje sou um ser reflexivo. Não que eu esteja acomodado, libertado de todas as emoções. Apenas vivo um momento de ponderação. Não mergulho mais de cabeça sem antes observar as profundezas obscuras da água e o que podem elas esconder. Não me considero sábio e a experiência obtida através dos erros tem foco no passado. Se não vivo mais lá, porque as lembranças haveriam de ser úteis no presente? Ah! eis aí a grande questão da vida! Tudo vale a pena...

O amor é desencontro!

Imagem
          Meu rumo ignoro... Muitos tentam desvendar o futuro. Este hábito há muito deixei para traz. Afinal, que graça teria a vida se soubéssemos tudo o que está para acontecer? Sem desilusões, mas também sem sonhos. Sem perspectivas talvez. Tal preocupação não mais me agita. Prefiro errar. É no erro que vivemos nossas maiores emoções. Nos desconsertos das situações inesperadas é que aprendemos lidar com o desconhecido. E como é bom ter ilusões! Sonhar com um mundo perfeito, confeccionar nossa teia de sonhos, tramada com imaginação e esperança. Amar! Plantar hoje a semente do amanhã, depois cultivar. Plantar amor, colher emoção.    Ah o amor! Somente nossa imperfeição o torna perfeito. Nos faz lutar para conquistá-lo, na maioria das vezes, grande desilusão. Mas se amor é desilusão ao mesmo tempo é vida. Quanta emoção nos traz... E sem emoção não existe vida! Desculpem-me os durões, os frios e calculistas, os pragmáticos, m...

Não foi por acaso!

Imagem
           Teria sido um dia como outro qualquer. Nada de especial. Nada que pudesse ser levado em conta ou que merecesse algum destaque.            Teria sido como há muito tem sido minha vida. Monótona, dispersa entre caminhos obscuros. Tumultuada por sentimentos imprecisos. Sem definição.             Mas não aquele dia! Algo novo; como a réstia de luz que longe chama atenção, ao rasgar o véu da noite trevosa.             Amanheceu diferente aquele dia! Perecia que tudo ao meu redor prenunciava a mudança que eu não fora capaz de perceber. Como definir um sentimento que não posso compreender? Como acreditar naquilo que não parece real? mas ao mesmo tempo, por alguma razão, se torna presença constante!          Era para ser um dia comum. Tisnado pelas mesmas sombras, das mesmas nuvens negras e frias. Mas não aquele dia! Um nov...