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Mostrando postagens com o rótulo amor

Mensagem de natal

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       Há mais de dois mil anos comemoramos o aniversário de um judeu!  Considero interessante, independentemente de crenças religiosas,  uma festividade ser tão duradoura. Afinal, do homenageado, nada  expressivo, materialmente falando, poderia manter tão longa tradição. Nascido pobre, filho de uma jovem pura e um homem mais velho. Não  possuíam nome nem bens. A criança, perseguida desde o nascimento, marginalizada de berço, seria exaltada por reis que do alto da sabedoria deles, curvaram-se humildemente ao recém nascido na precariedade da cena insólita. Qual o significado de tudo isso?          O tempo distorceu a tradição; os valores éticos e morais foram alterados. As forças materialistas criaram um mito esquisito. Um personagem mal compreendido por boa parte da humanidade, desconhecido ou ignorado por outros tantos. Entretanto essa figura, de certa forma insidiosa, domina os espaços midiáticos, falados, escritos ou televisionados. Estas formas não representam meus sentimentos nem

Confesso que também vivi (parte 3)

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       Os anos 1970 foram um divisor de águas incrível. Acho que passei por todas as provações possíveis e imaginárias. Na grande maioria das vezes não eram sofrimentos materiais, coisas como doenças ou perdas de  pessoas próximas por falecimento. Não... as provações eram mentais. Minha cabeça  redemoinhava em uma turbulenta agitação. A verdade conquistada em determinado momento; não tinha mais valor no momento seguinte. Cada certeza era imediatamente substituída por uma dúvida atroz.              O resultado de tudo isso era sofrimento disfarçado de alegria. Estava rodeado de amigos que se aproximavam pela energia boa do meu temperamento alegre e descontraído, as vezes irreverente demais!  Mas, no âmago, min'alma sofria demasiadamente quando me encontrava só. Era como se eu  possuísse dois temperamentos. Foi um aprendizado difícil e controverso, mas aqui estou; narrando estes fatos; isto deve significar alguma coisa boa!               Quando me alistei no exército, em 19

Brindemos o amor

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Brindemos ao amor! Seja ele presença constante Brindemos aos loucos! Que através do amor Experimentam a intensidade da vida. E quando amor também é dor Bem-vindo seja! Brindemos o sono perdido Paixões mal resolvidas Amores que se foram. Brindemos com néctar sagrado “Sangue da paixão” Os amores não correspondidos Permaneçamos embriagados A fim de suportar ausências! Brindemos ao amor Com emoção! Aquela que os apaixonados sentem! Somente eles podem compreender Tão sublime sentimento. E se a saudade importunar Ergamos taças transbordantes “De vinho tinto” Para que o sangue se aqueça E alma não congele. Não te preocupes, se não ouvires, no brinde, O tilintar das taças Na solidão, quase sempre, Tem amor em dobro! Hoje quero brindar A solidão permanente! Mesmo no caminho solitário Amores estão presentes Se ficarmos ao relento Sem vinho tinto para sorver O amor amenizará A falta de alguém para amar!

Luz e encanto

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     Como dizia o poeta Vinícius de Moraes: "As feias que me perdoem, mas a beleza é fundamental". É óbvio que nada de pessoal existe na afirmação, pois a poesia se inspira no que é belo; o poeta sobrevive apenas pela exaltação da beleza. Apenas os tolos e deprimidos deixam de exaltá-la.          Partindo desta premissa, deixo aqui um pouco daquele sentimento que agita o espírito quando, inesperadamente, é confrontado com cenas de infinita beleza e poesia. A alma do poeta é pura e ao mesmo tempo complicada. Sua arte consiste em transmitir através das palavras tudo o que; num instante fugaz, a mente aguçada percebeu. Homenageio aqui minha jovem e querida amiga Analubabalu, fonte de inspiração pela postagem feita por ela no Instagram. Permita-me amada amiga este pequeno deslize; de tornar pública toda essa emoção que senti. Na escuridão profunda Penetrou a luz E revelou a beleza! Que de tão soberba A todos envergonhou Na caverna escura Que o mar sonorizou E onde o sol Com ener

Sobre amor e sentimento

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    De repente o coração cria asas Emoções transbordam... como vertentes! Alma quer voar O corpo aprisiona; Barreiras do sentimento, “Na hesitação do momento,” A fuga impede! Amar é verbo transitivo... Mas não é transitório. Amor é substantivo masculino Mas se redobra Nas entranhas femininas É útero e coração! Tudo se movimenta como o vento O corpo percebe a brisa... Na alma um temporal. Nela tudo se multiplica É tudo emoção! Não dá para fugir... Bendita prisão é o sentimento... Dele somos escravos; Nesta ânsia de sentir!  

Confesso que também vivi (Parte 2)

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           No inicio da década de 1960 minha família mudou-se do bairro glória, meu paraíso da primeira infância, para o bairro São João, zona norte da capital, na época conhecido por quarto distrito. Era um bairro totalmente diferente, urbanizado, poucas áreas verdes, muitos edifícios, ruas movimentadas, muitos estabelecimentos comerciais e gente para todos os lados.  Foi a primeira afronta real à minha liberdade; uma mudança de hábitos que jamais consegui absorver em meu espírito e, sem que eu soubesse, começou moldar minha rebeldia contra o mundo moderno e grandes cidades.                         A ponte do Guaíba. Nos pilares da parte levadiça acabei encontrado meu refúgio!                  Por conta dos negócios; meu pai abandonou o tão querido bairro da Glória; fomos morar na rua Quintino Bandeira esquina com Av. Farrapos. Era um pequeno edifício de esquina, com quatro pavimentos, no térreo existiam meia dúzia de lojas, uma das quais foi alugada por meu pai que instal

Confesso que também vivi! (parte 1)

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     No final dos anos setenta me deparei com a obra "Confesso que vivi" de Pablo Neruda. Foi o primeiro contato que tive com o poeta. Fiquei impressionado com aquele estilo poético utilizado para escrever a auto-biografia dele. Hoje; mais de quarenta anos se passaram, sinto-me cada vez mais entrelaçado ao estilo e a vida daquele que marcou e, de certa forma, modificou profundamente minha conduta como ser humano. Somos seres emocionais, e sem emoções não existe plenitude de vida!             Hoje sou um ser reflexivo. Não que eu esteja acomodado, libertado de todas as emoções. Apenas vivo um momento de ponderação. Não mergulho mais de cabeça sem antes observar as profundezas obscuras da água e o que podem elas esconder. Não me considero sábio e a experiência obtida através dos erros tem foco no passado. Se não vivo mais lá, porque as lembranças haveriam de ser úteis no presente? Ah! eis aí a grande questão da vida! Tudo vale a pena relembrar quando está impregnado

O amor é desencontro!

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          Meu rumo ignoro... Muitos tentam desvendar o futuro. Este hábito há muito deixei para traz. Afinal, que graça teria a vida se soubéssemos tudo o que está para acontecer? Sem desilusões, mas também sem sonhos. Sem perspectivas talvez. Tal preocupação não mais me agita. Prefiro errar. É no erro que vivemos nossas maiores emoções. Nos desconsertos das situações inesperadas é que aprendemos lidar com o desconhecido. E como é bom ter ilusões! Sonhar com um mundo perfeito, confeccionar nossa teia de sonhos, tramada com imaginação e esperança. Amar! Plantar hoje a semente do amanhã, depois cultivar. Plantar amor, colher emoção.    Ah o amor! Somente nossa imperfeição o torna perfeito. Nos faz lutar para conquistá-lo, na maioria das vezes, grande desilusão. Mas se amor é desilusão ao mesmo tempo é vida. Quanta emoção nos traz... E sem emoção não existe vida! Desculpem-me os durões, os frios e calculistas, os pragmáticos, mas sem sofrer profundamente por amor, jamais conhecere

Não foi por acaso!

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           Teria sido um dia como outro qualquer. Nada de especial. Nada que pudesse ser levado em conta ou que merecesse algum destaque.            Teria sido como há muito tem sido minha vida. Monótona, dispersa entre caminhos obscuros. Tumultuada por sentimentos imprecisos. Sem definição.             Mas não aquele dia! Algo novo; como a réstia de luz que longe chama atenção, ao rasgar o véu da noite trevosa.             Amanheceu diferente aquele dia! Perecia que tudo ao meu redor prenunciava a mudança que eu não fora capaz de perceber. Como definir um sentimento que não posso compreender? Como acreditar naquilo que não parece real? mas ao mesmo tempo, por alguma razão, se torna presença constante!          Era para ser um dia comum. Tisnado pelas mesmas sombras, das mesmas nuvens negras e frias. Mas não aquele dia! Um novo sol brilhou naquela manhã! Um sol mais encantador e alvo como nenhum outro. Um sol que não brilhou no céu e sim na terra. Um sol que sorria e que e

Causos do Urubucaru - O noivado do Raul.

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             A vida para mim sempre foi uma grande aventura. Nas andanças por este mundo de Deus vamos aprendendo a trilhar os mais difíceis caminhos. Na memória ficam as lembranças mais agradáveis, motivação constante para continuar desbravando, abrindo picadas, conhecendo pessoas, ouvindo histórias, vivenciando perigos e emoções, entrelaçando nossas vidas com outras. Das pitorescas história que me vem na lembrança; uma das mais engraçadas foi o noivado do Raul. Fato acontecido lá pelo meu saudoso Urubucaru, que narro neste momento para os amigos que já se acostumaram com meus causos.                                                Tradição, trajes típicos. Rodeio crioulo.              O Raul era um gringo xucro. Criado lá pelas bandas do jardim de Adão, município de Catuípe. Veio parar no Urubucaru por estas questões de destino. Ele era empregado dos irmãos Brezolin, agricultores que vieram daquele canto do mundo adquirir terras em São Miguel das Missões. Compraram alguns