Em busca de cavernas - A furna das Andorinhas


            Atividades de aventura sempre reservam surpresas. Afinal a definição da palavra cria expectativas justamente pelo desconhecimento de todos os aspectos envolvidos. Todo o aventureiro está acostumado com o imprevisto! Não seria diferente conosco. Entretanto, no nosso caso, as surpresas tem sido agradáveis demais. Chega até assustar!

            Dando continuidade ao nosso projeto “Em busca de cavernas”, ontem 12/12/2019, nos dirigimos até o Pântano do Sul com o propósito de explorar três cavernas, Andorinhas, Medo e Urubu. Foi um dia muito especial, em todos os aspectos; começando pelo simbolismo da data e sua perfeita combinação com o número doze, complementado pela soma dos algarismos do ano. Das nossas atividades desbravando cavernas dispensa-se comentários; temos sido gratificados com belíssimas paisagens, muitas vezes grotescas e assustadoras, de dificílimo acesso.

            Não esperávamos outra coisa nesta busca específica. Iniciamos nossa abordagem pela caverna Andorinhas, uma furna de erosão marinha, cujo nome se deve à presença de muitos andorinhões negros que vivem no interior da caverna. Localizada no costão do morro do Pântano, em Pântano do Sul, já havíamos feito três investidas sem sucesso para explorar a tal caverna. Embora o acesso possa ser feito sem cordas, apenas escalando as escarpas daqueles paredões, por segurança, preferimos utilizar técnicas de rapel para descer. Escolhemos um ponto de descida que culminava bem na entrada da furna.


            
            A trilha começou na praia do Pântano do sul, percorremos cerca de três km com diferentes níveis de dificuldade, sob intenso e sufocante calor. Foi bem desgastante, pois carregávamos equipamentos, alimentação, água enfim... apesar de não ser tão longa, exigiu um esforço razoável e bom preparo físico para nosso eclético grupo.

             Descemos até a caverna enfrentando rochas recortadas com arestas afiadas e  superfícies molhadas como muito limo, que dificultava o equilíbrio, pois não havia bota que agarrasse na pedra. Mais parecia que a estrutura era feita de sabão ou de graxa. Esta foi a principal razão para escolhermos o rapel para fazer a abordagem daquela estrutura. Lá dentro da furna as pedras não eram menos lisas; por conta de infiltrações pelo teto da caverna, parecia chover, a umidade associada aos dejetos das aves, tornava escorregadio o piso irregular da gruta. Os andorinhões se alvorotaram com nossa entrada,  emitindo um som agudo e penetrante; outros amontoaram-se na parte mais alta do teto, formando uma mancha preta, difícil de fotografar.


            A caverna possui um orifício no teto, com cerca de 15 metros de altura, por onde imaginamos fazer um rapel em outra ocasião. Fora isso não tem muitos encantos, os espeleotemas são raros. Prevaleceram a escuridão, limo e o som das andorinhas alvorotadas. Atendeu nossas expectativas e representou mais um marco em nossas conquistas. Pretendíamos ainda explorar as cavernas Medo e Urubu, que ficam muito próximas, entretanto as condições do mar não permitiram, descobrimos também uma fenda no teto da caverna Medo, que talvez nos possibilite acessa-la em outra ocasião, mesmo em condições desfavoráveis das ondas e da maré.


            Para retornar lá de baixo é preciso escalar alguns trechos bem verticais, porém com muitas agarras. A segurança foi feita com uma escada de corda e corda de apoio. No final tudo deu certo. Foi uma incrível energia que movimentou aquele eclético grupo formado por: Claudia, Soraia, Márcia, Vera, Jana, Ge, Marino, Rodrigo, Ismael e Eu. Para rematar o dia uma geladinha no barzinho em Pântano do sul, onde uma incrível força tomou conta do pessoal, esquecemos o cansaço, embalados pelo som de sucessos dos anos 80 e 90, destilados pelas cordas do violão do Renê, que afinal foi mais um amigo conquistado. Agora é repetir a dose... qual será a próxima caverna?

                            Álbum completo fotos e vídeos

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