Trilhando por Floripa - Morro do Rapa
Considero
Floripa como o paraíso dos trilheiros. São inúmeras opções somente dentro da
ilha. Há belezas deslumbrantes e desafios consideráveis escondidos por toda a
região insular. Fica neste texto uma dica para os que tem espírito de aventura
e querem buscar um pouco mais de emoção.
O morro do
Rapa, localizado no extremo norte da Ilha de Santa Catarina, esconde incríveis
maravilhas. Cavernas, trilhas, maravilhoso costão, pontos de rapel e escalada,
rampas de parapente entre outras. Existe uma trilha a qual denomino “principal”
que liga Lagoinha à praia Brava, passando pelo topo do morro. Na extremidade
Norte, conhecida como “ponta da bota” dizem ter existido ali uma Atalaia construída
pelos espanhóis, pois houve uma invasão espanhola em 1777, foi deles o domínio
territorial por mais de um ano; depois voltou ao domínio português pela
assinatura do tratado de Santo Ildefonso.
Seguindo
ainda pela trilha principal podemos encontrar dois lugares interessantes, sendo
um deles bastante místico. Trata-se de um portal de pedra para seguir na trilha
é preciso atravessar este portal, mas se o viajante concentrar sua atenção ao
redor dele com certeza obterá excelentes fotos.
Logo
adiante, desviando um pouquinho da trilha principal nos deparamos com um
complexo rochoso conhecido por agulhinha. No topo desta formação temos uma
vista fantástica, pois este mirante está a mais de cem metros de altura.
Estivemos lá no dia 23 de setembro, bem no início da primavera, incríveis flores,
tais como orquídeas, bromélias e outras espécies decoravam as rochas e a
paisagem em geral. Neste maciço rochoso existem vias de escalada prontas e é possível
a prática de rapel.
Continuando
a caminhada por mais alguns minutos, desviando um pouquinho da trilha tem a
caverna do Rapa. Uma caverna bem sinistra, mas muito interessante de ser
explorada. Logo que adentramos o primeiro salão tudo torna-se escuridão. É
preciso uma boa lanterna para continuar, ao permanecer em silêncio escutamos
sons incrivelmente suaves da água escorrendo por cantinhos difíceis de
localizar, ou ainda podemos perceber o som de gotinhas que se desprendem das
rochas. Alguns espeleotemas podem ser observados também.
Muitas
outras trilhas podem ser percorridas. Se o trilheiro for paciente e tiver
espirito aventureiro, tenho certeza que muita coisa nova pode ser encontrada.
Nosso grupo já teve a oportunidade de identificar e explorar cinco cavernas
localizadas neste morro. Uma dela inclusive parece que tem um morador, pois
existem utensílios esparramados dentro da caverna e um catre rudimentar. Não
tive a oportunidade de me deparar com o tal morador, entretanto ele
disponibilizou um painel para anotações dos visitantes da caverna.
Percorremos
também o costão do morro, da Brava até Lagoinha. Não é muito fácil trilhar por
ali, mas quem arriscar certamente ficará deslumbrado com as formações rochosas.
Trilhando a partir da Brava por uma trilha que segue acima do costão temos
quatro cavernas que podem ser exploradas. A primeira não passa de uma grutinha,
bem no pé do morro junto à praia Brava. Depois temos as cavernas do rei 1 e 2.
Estas são bem interessantes de explorar, embora não sejam muito grandes. Mais
adiante, porém muito difícil de localizar, está a caverna Ponta da bota.
Perdida no meio da densa vegetação, esta caverna serve para abrigo de animais.
Mais parece uma toca, com várias bifurcações. Apenas em um dos pequenos
compartimentos que encontramos foi possível permanecer em pé. Nos demais só
rastejando.
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