Em busca de cavernas - A vez da caverna do Rapa
Dando
continuidade aos nossos desbravamentos, neste dia 24 de junho de 2018,
localizamos a caverna do Rapa. Esta era a última caverna cadastrada que buscávamos
aqui no norte da ilha (CNC SC 54). É uma caverna formada por blocos de
granito, totalmente perdida em meio a densa vegetação. Não foi muito diferente
das outras já visitadas. Todas apresentam características muito semelhantes.
A do Rapa salientou-se por alguns
poucos diferenciais. Um deles foi a grande quantidade de um tipo de artrópodes, muitos indivíduos encontrados nesta caverna especificamente.
Outra coisa bem interessante
foram os sons que era possível perceber no interior da caverna. Lá dentro, com
as lanternas apagadas, prevalece o breu... escuridão total, cessando todos os
nossos movimentos, permanecendo quietos para ouvir o silêncio é possível ouvir
incríveis e delicados sons. Havia um micro filete de água muito pequeno
correndo por entre as pedras, este micro córrego produzia um som musical, muito
relaxante, produzindo certo efeito psicológico de bem estar.
Não acredito que esta caverna
tenha sido usada como abrigo em remoto passado. Possui características pouco
favoráveis para alguém morar, mesmo na pré-história. Poderia ter servido talvez
de esconderijo provisório para algum escravo fugitivo ou algo assim.
No arrasto da aventura, fomos gratificados por belas paisagens e de quebra a
descoberta de duas pequenas grutas não cadastradas. Uma delas até bem
interessante. Apesar de relativamente pequena, forma um excelente abrigo, bem
fácil de adentrar.
A outra grutinha, muito próxima
fica no mesmo caminho, são vizinhas, entretanto não possui as mesmas
facilidades de acesso. Não batizamos estas cavernas ainda. Fizeram parte desta
expedição a Márcia Eufrásio, Fabrício Zanotelli, Marino Casagrande e Eu... Kako
Aransegui. Foi um dia extremamente agradável, onde trilhamos ainda pela
Lagoinha do Norte até a Ponta das canas.
Mas o final de semana não
terminou com este desbravamento. No domingo (25) partimos, Marino e Eu, para a
Costa da Lagoa. Na parada seis; Marino havia localizado tempos atrás uma caverna
de blocos, que está dentro de uma área particular onde ele possui um lote. Uma
formação bastante interessante, como se fosse montada em andares, semelhante a
um edifício.
Por batismo demos o nome de “Caverna
das nove salas”, porque encontramos nove compartimentos onde era
possível permanecer em pé e se deslocar com certa facilidade. Estes salões não
estão no mesmo nível. Este fenômeno torna a caverna bastante profunda em
relação à largura e comprimento. Inclusive existem poços bastante profundos,
mas estreitos demais para entrar. Iluminados com a lanterna estes poços
pareciam ter mais de 5 metros de fundura, até onde era possível ver. Calculamos
que, no total esta caverna possa ter mais de trinta metros de profundidade.
Chegamos nela em horário bastante
avançado e a trilha de acesso é muito perigosa, então preferimos interromper o
reconhecimento e voltar em outra oportunidade. Acredito que muita coisa deverá
ser acrescentada, na descrição desta caverna. Ainda existem compartimentos que não nos foi possível acessar. Se faz necessário utilizar equipamentos de segurança para ir mais profundamente. É muito provável que iremos encontrar outros compartimentos, escondidos em níveis inferiores.
Enfim foi um fim de semana
extremamente produtivo. Não só pela aventura, mas principalmente pelas pessoas
que conhecemos e as conversas informais com elas, que muito enriqueceram o
nosso conhecimento sobre a ilha de Santa Catarina. Principalmente aquela região
da Costa da lagoa.
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