Trilhas de Floripa - Caminho da Gurita
O dicionário Caldas Aulete define guarita como sinônimo de “Gurita”.
No RS a palavra define uma variedade de
cerro que apresenta grutas e compartimentos em que se podem abrigar pessoas. A gurita
é uma grota onde uma pequena queda d´água dá um toque especial e empresta seu
nome ao local (cascata da gurita). Localizada no Parque municipal da Lagoa do
Peri, . Existem vários percursos possíveis. Muitas trilhas podem ser
encontradas. Fomos de carro até onde foi possível. Seguindo pela SC 406, logo
depois da praia da Armação entramos na Rua Euclides João Alves até chegar na
margem da lagoa. Tivemos um pouco de dificuldade para estacionar, pois não
havia espaço disponível, pois muita gente curtia o feriado por ali. Nossa
trilha teve um percurso de aproximadamente 7.500 metros, ida e volta até o
local onde deixamos o carro que foi considerado como início e fim do percurso.
Logo que se chega na beira da lagoa os olhos se perdem numa
beleza singela e austera ao mesmo tempo. Uma imensa área verde de mata
Atlântica em recuperação empresta o tom esverdeado para a Lagoa. Por toda a
parte os Guarapuvus floridos, gigantes de quase trinta metros de altura, salpicavam
o chão e o topo da mata com um incrível amarelo ouro. Bromélias demostravam sua
exuberância através de majestosas flores escarlates. Para um bom observador as
flores estavam sempre presentes, de todos os tons e tipos, na relva e no topo
das árvores. Ao longo da trilha é possível encontrar árvores frondosas. Algumas
em pé, vivas, exuberantes, centenárias. Outras foram derrubadas pela força das
tempestades e, embora totalmente caídas, ou inclinadas como se estivessem
bêbadas e apoiadas em suas irmãs da mata, mantinham a mesma beleza e
imponência. A vida parece transbordar por todos os lados naquele lugar
paradisíaco. Embora o movimento de pessoas seja intenso é possível observar
muitos animais silvestres. Percorremos a trilha no feriado de 2 de novembro,
muita gente por lá, mesmo assim foi possível avistar, lagarto, cutia, gralha
azul, cobra caninana.
Os Guarapuvus Floridos salpicavam o chão e o topo da mata de amarelo ouro.
Essa trilha era usada no século XIX por donos de engenhos,
que eram muito comuns na região nessa época. Existem ruínas dessas construções
na metade e no final do percurso. Com o fim dos engenhos, a Mata Atlântica
original passou a ser preservada, e hoje está em avançado estado de
regeneração. A orientação é fácil, pois o caminho é sinalizado. O terreno é
praticamente todo plano, com trechos argilosos, arenosos e com seixos. Na minha
classificação enquadro a trilha como sendo nível 2.2 (veja matéria referente a
nível de trilhas no blog). Recomenda-se usar calça comprida para não arranhar
as pernas na vegetação. Embora existam muitas vertentes e córregos de águas
cristalinas ao longo da trilha é recomendável levar a própria água. É bom não
esquecer o repelente de mosquitos, caso esqueça aconselho vestir roupa branca e
mangas compridas, a fim de abrandar um pouco a fúria dos pernilongos.
Confira todas as fotos da trilha no link abaixo
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