Kako Aransegui: O Blog

    A história é feita de narrativas! Tudo aquilo que estudamos nos livros de história, ou daquilo que foi pesquisado por curiosidade, são fatos narrados sob perspectivas individuais de quem escreveu ou falou a respeito do ocorrido. A verdade está confinada e limitada ao ponto de vista do historiador.  O contexto histórico é portanto questionável, mesmo que pareça verdadeiro. Não quero com minhas palavras trazer desalento aos pesquisadores; tão pouco pretendo desmerecer a narrativa de quem quer que seja. Entretanto tenho por obrigação para comigo mesmo, questionar tais narrativas, a fim de desvendar a verdade que está envolta em muitos véus. Observem que a história possui certo dinamismo e pode ter o contexto alterado. Na medida em que o conhecimento aumenta, novas informações podem alterar drasticamente o que hoje acreditamos ser uma verdade consumada.     Nesse mundo de trilhas e aventuras ao qual me dedico, o que mais se houve são histórias. Ou seriam estórias? Seja como for, me par

     Já me tornei repetitivo ao falar da ilha da magia! Não tem como não ser. As belezas encontradas por aqui também não causam mais surpresas. Quando meus olhos se deparam com alguma das maravilhas locais, apesar do êxtase momentâneo, a mente inquisitiva automaticamente se prepara a fim de absorver o impacto daquilo que virá depois. Como se fossem profecias, novas paisagens são expostas, trazendo a sensação de que não existem diferenças, nem lugares, nem roteiros. Tudo é beleza, tudo é emoção!     Em Naufragados não foi diferente. Porque em Floripa, basta uns poucos metros quadrados de área, para esconder relíquias. nosso objetivo era localizar e explorar a caverna Ponta do Frade. Mas depois de poucos passos naquele costão, as descobertas começaram. Tanto que a caverna ficou em segundo plano.      Naufragados tem uma história muito rica. Talvez seja um dos lugares com mais histórias para contar. Começando pelo nome. Existem algumas teorias. Vou descrever rapidamente as que mais provav

          A surpreendente ilha da magia nunca para de nos surpreender. Mesmo quando trilhamos pelos já tão conhecidos caminhos!     Não foi a primeira vez que acampamos naquele local. Nunca houve um instante sequer de rotina ou falta de diversão. Desta vez promovemos uma festa junina; julina seria mais apropriado dizer, que tornou ainda mais interessante nossa atividade.          Conhecer a  Costa da Lagoa é quase uma obrigação para quem gosta de se aventurar por Florianópolis. As maravilhas daquela natureza exuberante, podem ser acessadas por trilhas ou de barco. O preferencial acesso por trilha, começa no Canto dos Araçás. Neste bairro termina a possibilidade de deslocamento motorizado. A partir dali só a pé. Alguns ainda se aventuram de bicicleta, mas não sei até onde vão.  Dentro da Ilha de Santa Catarina, a Costa da Lagoa se localiza na porção noroeste da Lagoa da Conceição. Foi tombada como patrimônio cultural e natural de Florianópolis pelo decreto de número 247 de 1986,  pelo

Cavernas um mundo de aventuras                Você sabia que existem quase duzentas cavernas cadastradas em Florianópolis?          Sabia que mais de 99 % delas se localizam se localizam na parte insular do município? Isso mesmo todo esse imenso patrimônio espeleológico encontra-se na Ilha de Santa Catarina!            Isso representa um imenso potencial sócio econômico: Educação, Cultura, Turismo, empreendedorismo, são setores que podem ser beneficiados!        Mas infelizmente esse delicado patrimônio espeleológico está sob ameaça. A degradação ambiental atinge drasticamente o setor de turismos de aventura. Trilhas e cavernas da Ilha estão vulneráveis. Precisamos antecipar medidas preventivas antes que o pior aconteça.             Para preservar é preciso conhecer. O livro "Cavernas da Ilha de Santa Catarina" traz um relato precioso, sobre o ponto de vista aventureiro, salientando os perigos decorrentes da falta de critérios para a exploração das cavernas e  na ocupação das

       Raramente uma trilha transmitiu tanta energia e emoção quanto essa. Começando pelo nome do lugar: Ponta da Felicidade. Quem o batizou certamente sentiu toda a energia e felicidade que a natureza pode nos propiciar; com os 4 elementos presentes em abundância: O Fogo transformador, representado por aquelas gigantescas formações graníticas e basálticas, oriundas das profundezas do planeta onde prevalece o magma. Ar; representado por um gélido vento sul soprando com tanta intensidade, parecendo que, a qualquer momento, nos lançaria em direção ao infinito num voo mágico. Água; um poderoso oceano açoitando aqueles rochedos estrondosamente, como se quisesse fazer submergir aquelas fantásticas estruturas. Terra, demonstrando ali a força da paciência e da transformação contínua.  O que foi criado com a energia poderosa e repentina do fogo, há milhões de anos, humildemente sendo transformado por ação do vento e da água. Só quem for muito duro de sentimentos, ou tiver visão turvada pela di

       Pesquisei bastante e não encontrei histórias nem contos, que tenham como cenário a praia do Gravatá, mas certamente devem existir. O lugar é deslumbrante mesmo sem histórias para contar! A prainha deliciosa não deve ter mais do que uns oitenta metros de extensão. Lá é possível observar uma grande variedade de animais marinhos, tais como Golfinhos, Lontras, Tartarugas, muitas aves e uma grande variedade de mamíferos e repteis. A trilha é relativamente fácil para quem não transporta uma mochila cargueira nas costas. Embora seja um local muito frequentado, é possível encontrar alguns refúgios bem preservados. Infelizmente essas paisagens tão bonitas e de fácil acesso, são também as mais depredadas. A consciência ecológica dos seres humanos ainda não está preparada para usufruir tais belezas sem causar a degradação. Fazem fogo em lugares indevidos, destroem parte da flora para a prática de esportes, deixam lixo nas trilhas. Garrafas pet, latinhas de alumínio, pedaços de plásticos,

     Mesmo que façamos dezenas de investidas para explorar a mesma caverna, jamais iremos nos deparar com cenas idênticas. Eis aí uma das coisas mais lindas que acontece no espeleonismo. Nas profundezas onde prevalece o breu e o medo. Lá, onde pela ausência de luz, não existem sombras perturbadoras, a vida se renova constantemente. Na escuridão e no silêncio, tudo o que podemos fazer é sentir. Sentimento que vira aprendizado. Nos mostra caminhos ensinando a maior e mais importante lição:  A transformação verdadeira irá ocorrer através da nossa insignificância. Enfim, na escuridão profunda podemos aprender a lição da humildade.                                                                           Mulheres das cavernas                    Neste final de semana nosso grupo investiu mais uma vez na exploração da Caverna Ocos. No Morro Ribeirão das Pedras em Florianópolis. Registro no cadastro nacional de cavernas como "SC 151". É uma caverna digna de respeito, não pela suntuos

    Existe sempre novidades na exploração de cavernas. Mesmo que voltemos diversas vezes no mesmo lugar, encontraremos coisas que não haviam sido observadas anteriormente. Para que uma caverna possa ser descrita como explorada, é preciso que façamos várias investidas ao local.  A grande maioria das cavidades cadastradas aqui na Ilha de Santa Catarina, ainda não foram completamente desbravadas; principalmente aquelas formadas por blocos de granito. A qualquer momento podemos nos surpreender com novas descobertas. Nessa aventura nos dedicamos a investigar a relação entre uma gruta que batizamos (provisoriamente) por "Gruta Bonita" e a possível ligação dela com a Gruta do Rio do Mel. Aqui fica então o relato de nossa aventura.      Nosso objetivo dessa vez era descobrir se a Caverna Rio do Mel (SC99 -   Lat 27° 31' 58" S : Lng 48° 29' 56" W ) fazia parte do mesmo sistema da Gruta Bonita (Lat 27° 31' 55.9" S : Lgt 048° 29' 53.8"), uma caverna