O combate ao carrapato pela matança dos infectados.

         A sociedade brasileira vive um momento conturbado com essa história de corrupção; o que não é novidade alguma. Do alto de meu observatório, já com 70 anos de observações, costumo relembrar visões do passado, tentando entender o pensamento do povo. Devo de início, antes de mais delongas, manifestar aqui a minha descrença em soluções miraculosas para este mal que assola a humanidade, ao qual denominaram "corrupção". logo entenderão o porquê da minha descrença!



    Todas as questões humanas deveriam ser observadas pelo aspecto ideológico, mas compreendo a incapacidade coletiva da humanidade em considerar todos os aspectos de uma ideia, compreendendo também que tudo em nossa vida está submetido às leis da evolução, inclusive uma ideia. O universo se sustenta pelo equilíbrio de forças, modifique-se de alguma forma estas interações e um colapso ocorrerá. No momento vivemos uma nova onda de caça às bruxas. Manifestações e palavras de ordem condenam o governo e colocam a esquerda brasileira como única responsável por esta doença chamada corrupção, muito contagiosa por sinal. Não é de hoje que vejo governos serem julgados por roubalheiras, tão pouco coloco minha mão no fogo para defender quem quer que seja.
Somos humanos em estágio evolutivo e ainda falta muito para chegarmos no ápice do desenvolvimento. Assim sendo, de uma forma ou de outra, somos vulneráveis ao erro. Porém cada um julga-se conhecedor da verdade e pleno de razão e sabedoria. Ledo engano! Se não formos capazes de aprender velhas lições sobre tolerância, justiça social, respeito, dignidade e da importância do diálogo; não seremos capazes de isolar a bactéria da desonestidade.
    Estamos tentando aplicar terapias de choque, com medicamentos poderosos e até mesmo cirurgias que amputam da sociedade os membros infectados. Costumo fazer uma comparação com o rhipicephalus sanguineus, mais conhecido como "carrapato"; causador de doenças graves em animais e humanos; provocando sintomas de fraqueza, falta de apetite, febre, depressão e até óbito. Pois bem; de nada adianta tratarmos os sintomas do animal doente se não eliminarmos o agente causador da doença. Também não adianta sacrificar o animal infestado porque o carrapato, se continuar existindo, provocará ainda muitas doenças, fazendo estragos significativos. Entretanto parece ser esta a forma que a sociedade encontrou para combater a corrupção. Sacrificamos o animal contaminado e nos damos por satisfeitos, ficamos em paz com nossa consciência pois eliminamos um foco de transmissão da doença.
    O carrapato em minha visão crítica é o neocapitalismo, pelo menos este modelo que hoje se impõe; mundialmente disseminado e fortalecido, capaz de substituir valores por preços. Esse sistema egoísta e falido é o responsável direto por todas as infestações que maculam e adoecem as sociedades humanas. Se não formos capazes de conter este parasita e aniquilá-lo, não conseguiremos evitar o alastramento da enfermidade. Poderemos sacrificar o presidente da república, o congresso nacional ou parcela significativa da sociedade, que não deteremos a praga. O capitalismo selvagem é o principal causador da corrupção. A formação de corporações, a centralização das riquezas, a ilusão da posse, o oportunismo, a ganância; formam e deformam o caráter humano. Enquanto houver exploração do homem pelo homem o carrapato se fortalecerá, levando à morte uns tantos, sugando outros e deixando um número gigantesco de pessoas contaminadas e sem tratamento adequado.
    Precisamos refletir sobre isto, esvaziar um pouco nossas mentes das ideias preconcebidas, fonte de enganos terríveis. A humanidade do futuro certamente será mais evoluída e talvez mais preocupada com suas verdadeiras necessidades. Compreenderá que daqui nada levaremos de material em nossa peregrinação, entenderá talvez, que não adianta radicalizar opiniões, nem tão pouco competir, tão agressivamente. Não posso afirmar que essa futura sociedade será comunista; mas, certamente, capitalista não poderá ser. Não sei se no futuro usaremos essas expressões para definir o sistema, pois os termos, tão vulgares, em nosso cotidiano tendem a evoluir. Neologismos estão presentes em nossas vidas e certamente uma nova palavra definirá o sistema vigente nas sociedades futuras. Até chegar este momento; espero que pelo menos uma vacina seja descoberta!

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