Um encontro com Deus
Conta-se
que certa ocasião, Deus, preocupado com seus filhos aqui na terra; convocou uma
reunião com os seis homens mais sábios do planeta. Cada um destes sábios
representava uma imensa população a qual lideravam com justiça, verdade e
disciplina, tendo grande responsabilidade com estas pessoas. Eram como homens
santos, incumbidos pelo próprio Deus de trazer à tona o conhecimento, para a
imensa diversificação de espíritos que habitam a terra.
O terceiro
e não menos sábio homem, representa o judaísmo. Apesar deste segmento ser o
menor de todos, tem um importante fator histórico em seus preceitos. Hoje a
grande maioria destas almas vivem em Israel, mas estão espalhados pelo mundo
formando pequenas comunidades. Teve sua origem no povo Hebreu, por volta do
século XVIII AC, quando Deus ordenou Abraão que fosse em busca da terra
prometida. São muito nobres e altamente éticos os ensinamentos desta religião. Os judeus acreditam que YHWH (Javé ou Jeová, em
português) seja o criador do universo, um ser onipresente, onipotente e
onisciente, que influencia todo o universo e tem uma relação especial com seu
povo. O livro sagrado dos judeus é o Torá ou Pentateuco, revelado diretamente
por Deus. Para o judaísmo, o pecado mais mortal de todos é o da idolatria, ou
seja, a prática de adoração a ídolos e imagens.
O quarto
homem sábio, comandava o maior grupo de almas, mais de dois bilhões de pessoas,
todos crentes que Jesus veio a este mundo para nos ensinar e libertar do
pecado. Consideram o mestre como “o filho
de Deus” e a devoção a Ele como o único caminho para se chegar ao pai supremo.
Um grupo muito complexo de pessoas, divididas pela mesma crença, formando
dentro deste conjunto sub grupos com enorme quantidade de seguidores. Ao longo
do tempo, na história da humanidade, os cristãos se debateram em controvérsias.
Embora todos personifiquem Jesus Cristo como único salvador, a fé foi
polarizada em dois extremos, separando católicos e protestantes. Houve ainda
sub divisões entre estes novos grupos. Basicamente as discórdias ficaram por
conta da liderança e da conduta dos sacerdotes. A figura de um papa como chefe
supremo da igreja, não foi aceita por muitos. Aliados a outros fatores o
cristianismo foi pulverizado de várias formas, vivendo hoje num imenso conflito
de fé, que foi inclusive gerador de guerras violentas.
O quinto convocado,
um sábio muito eloquente, era antes de tudo um filósofo. Não era propriamente
um líder ou chefe supremo, nem mesmo era defensor de uma ou outra crença. Dedicado
aos questionamentos tentando compreender as razões do sofrimento humano,
agregava em torno de si várias correntes de pensamentos como budismo que conta
com mais de trezentos e setenta milhões de adeptos, religiões tradicionais
chinesas com mais de quatrocentos milhões de seguidores, o Sikhismo, embora
pouco difundido é considerado a sexta maior religião do mundo, reunindo cerca
de vinte milhões de pessoas, uma doutrina monoteísta que foi fundada no século XVI
pelo Guru Nanak. O sikhismo nasceu na província de Punjab, na Índia, e grande
parte de seus seguidores ainda vivem na região. Eles representam 1,9% da
população da Índia e 0,3% de Fiji. Esses grupos formam uma linda corrente filosófica
e tem a reencarnação, o carma e o caminho do meio (nada de extremismos) como forma
de aperfeiçoamento. Pregam a paz e são muito lógicos em suas ideias, porém, não
raro, seus preciosos ensinamentos são desprezados ou ignorados.
O sexto
homem convocado por Deus era de grande sabedoria também. Diferente dos outros
cinco ele representava uma imensa comunidade de pessoas que não tinham crenças
religiosas em um Deus ou deuses. Sendo difícil de quantificar o número de
adeptos. Estes baseiam suas teorias sem a necessidade de ter um Deus.
Basicamente formam dois grandes grupos: Ateus e Agnósticos. As pessoas
interpretam o "ateu" e termos relacionados de maneiras muito diferentes,
e pode ser difícil traçar os limites entre o ateísmo, as convicções
não-religiosas e crenças religiosas e espirituais não-teístas. Além disso,
ateus não nem sempre podem identificar-se como tal, para impedir que sofram de
estigma, discriminação e perseguição em alguns países. Apesar desses problemas,
um estudo classificou a população mundial de ateus em 2,5%, separada de
não-religiosos 12,7%. Numa estimativa grosseira representam aproximadamente 15
% da população mundial. É muita gente. Cerca de um bilhão de pessoas. Aliás
este sábio foi convocado devido a este representativo número de pessoas que,
muitas vezes, entram em dramáticos conflitos com os seguidores de religiões distintas.
O que Deus
queria saber destes homens era a razão pela qual se debatiam. Porque cada um necessitava
afirmar-se na razão; como se todo o conhecimento fosse privilégio de um único
grupo. O supremo criador precisava de explicações coerentes para a origem de
tanta violência, quando todos estes segmentados grupos tinham por princípio o
amor. Embora tivessem divergências sobre o nome de “Deus”, pois cada grupo foi
educado em regiões diferentes, tiveram vivências particulares devido aos
costumes, culturas e meio de vida. Entretanto, nunca houve uma ordem divina para
que os homens odiassem uns aos outros. Neste questionamento o patrão celestial
convocou os sábios líderes para que meditassem sobre aquilo que realmente era
importante. Deus em sua sabedoria reconheceu que as sociedades humanas tomaram
rumos essencialmente materialistas. O dinheiro e as riquezas, adoração de
ídolos e uma total degradação ética e moral estava em curso. A corrupção humana
precisa ser contida, porém o que estava em evidência era o preço a ser pago
devido a estas disputas. No desenrolar da história os seres humanos tentaram
sempre algum tipo de supremacia para subjugar seus semelhantes. No início era a
lei da força bruta, depois a inteligência foi associada a ela. A guerra
tornou-se o instrumento comum. Tornou-se normal! Mas ao longa desta trajetória
histórica de violência o homem não encontrou a paz, ao contrário, tornou-se
mais duro de coração. Mais de quinze mil guerras em cinco mil anos de história,
o número incalculável de mortos e mutilados por estas contendas, não foi capaz
de arrefecer o ódio nos corações humanos.
Todos os
segmentos religiosos esperam uma retribuição no plano espiritual, de maneira ou
de outra eles seguem um Deus supremo que os irá castigar ou premiar conforme
suas atitudes. Pois bem, se assim pensam, porque não conseguem agir dentro dos
limites da bondade e da tolerância pelos erros alheios? Talvez nesta moderna
onda de incompreensões os ateus se diferenciem positivamente. Afinal nada
esperam da eternidade, nem colocam questões difíceis de resolver em suas
mentes. Entretanto este simplismo sem esperança pouco constrói para o bem estar
geral. Dependendo da moral assumida pode inclusive ser extremamente perverso.
Mas um ateu com uma baixa ordem moral prejudicar alguém é, até certo ponto,
admissível. O que Deus não aceita é que
religiosos que se consideram altamente elevados moralmente sigam caminhos sem
ética e cometam desatinos piores que aqueles que não foram dotados daquela
moral.
Uma excelente reflexão!
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