Trilhas de Floripa - Gaivotas/ Morro do Rapa

                                Em busca da caverna do Rei



 A esquerda caverna do Rei 1
A direita entrada da caverna do Rei 2. A mais interessante.



            O que caracteriza uma atividade de aventura não é a dificuldade do empreendimento. Fazer um trilha difícil ou explorar determinado lugar quando temos pleno conhecimento de tudo que iremos encontrar pelo caminho e tudo está planejado de forma que possa ser executado metodicamente, não caracteriza uma aventura. Esta é uma experiência muito específica, de resultado incerto, porque as informações sobre o evento podem não ser precisas ou não estarem disponíveis, talvez, totalmente desconhecidas. Além disto está atrelada a um estado mental livremente escolhido pelo participante. Funciona como elemento motivador propiciando uma experiência particular muito especial. Por ter caráter pessoal, não existe nível mais alto ou mais baixo de aventura. Enquanto para alguns se aventurar por uma selva cheia de perigos traz a sensação desejada, outro pode sentir-se um grande aventureiro explorando um parque no meio de uma grande cidade. Esta é a tônica das atividades que estou desenvolvendo. Ao rebuscar lugares já conhecidos porém esquecidos, quero reacender a chama da aventura, principalmente no seu aspecto de liberdade. O projeto “Em busca de cavernas na ilha” está dentro deste contexto motivador.
 




Vista da praia Brava a partir da trilha no Morro do Rapa, no primeiro mirante deste morro.










 O foco deste fim de semana, dia 25 de novembro de 2017, foi encontrar duas cavernas juntas, com praticamente as mesmas coordenadas geográficas. Conhecidas por caverna do Rei (1 e 2). Estas cavernas ficam no morro do Rapa, em uma trilha que inicia na Praia Brava, indo até Lagoinha contornando o morro do Rapa um pouco acima do costão.

            Como de praxe fiz o convite pelas redes sociais, evento gratuito. Oito pessoas se inscreveram, mas apenas a Janayna compareceu. Formamos uma dupla de aventureiros e isto trouxe algumas vantagens para a expedição. A mais importante é que com pouca gente a mobilidade aumenta, podemos curtir mais as belezas explorando melhor o ambiente. Iniciamos nossa trilha  no final da rua das gaivotas em Ingleses, no extremo sul do morro das Feiticeiras. Dali seguimos pelo caminho do morro das feiticeiras. Bem no início da trilha, praticamente dentro da cidade, existe uma caverna, chamada de “caverna da Bruxa” ou segundo alguns “Caverna das feiticeiras”. Não era meu objetivo visitar este lugar, bem conhecido por mim, mas aproveitando que passaríamos junto a ele e o fato que a Janaína não conhecia, desviamos um pouco a rota para um rápido reconhecimento.


         
A caverna da Bruxa foi um bônus que aproveitamos no percurso. Passamos tão próximo que não dava para ignorá-la.





 Chegamos até a praia Brava sem muitas dificuldades, aliás, o caminho foi totalmente sinalizado e restaurado, incluindo a confecção de pequenas pontes de madeira roliça em locais de banhado. Foram incluídas diversas placas educativas e providenciado itens segurança em alguns pontos difíceis. Embora perca um pouco a naturalidade achei útil o trabalho de manutenção. Ao chegar na Brava entretanto enfrentamos um  problema que se tornou comum em nossas trilhas nos últimos meses: O nível do oceano. A praia tem uma extensão aproximada de 1900 metros, entretanto, com o avanço do mar, não foi possível caminhar todo o trecho pela areia. Ainda quero encontrar uma explicação adequada para este fenômeno, pois são muitas as contradições a respeito. Atravessamos até o morro do Rapa, onde existe, bem no início, uma pequena caverna catalogada no CNC (cadastro nacional de cavernas) como SC 10 “caverna da Brava”. É um pequeno abrigo formado por matacões, castigado pelo lixo e pelos pichadores. Depois de uma breve inspeção deste abrigo entramos na trilha do morro do Rapa em busca da caverna do Rei. Alguns desvios aqui e ali, pois não sabíamos exatamente onde ficava a tal caverna e, embora tivéssemos as coordenadas geográficas, não tínhamos equipamento GPS capaz de identificar o local. Logo nos deparamos com ela e fomos surpreendidos por um fato inusitado!


  

Caverna SC 10 - Caverna da Brava. Extremo norte da praia, bem no início da trilha no morro do Rapa.




 Tínhamos notícia que  a caverna 1 foi habitada muito tempo por um homem bem conhecido dos moradores da praia Brava, mas que havia sido interditada e fechada com um tapume de madeira, era o que eu esperava encontrar. Minha surpresa foi quando me deparei com os pertences de alguém que parece estar habitando por lá. Inclusive uma cama que parece ter sido improvisada com madeiras do tapume. A caverna 2 é junto, praticamente as mesmas coordenadas, mas por motivos óbvios de segurança, evitamos explorar o ambiente, pois não encontramos a pessoa que está ocupando a caverna, tão pouco sabíamos que é. Vamos voltar em outra oportunidade providos de maiores informações. Tenho curiosidade em conhecer a caverna 2, pois embora sua abertura de entrada seja bem pequena, como se fosse a toca de um animal, pelas informações que tenho ela esconde três compartimentos e possui uma extensão aproximada de 21 metros sendo que um dos compartimentos tem altura superior a três metros.
                             Álbum de fotos

            Em virtude desta surpresa resolvemos seguir adiante, em busca de outras possíveis grutas ou formações interessante, porém a trilha que segue para Lagoinha e que no caminho tem outra caverna estava totalmente fechada e pelo costão não havia possibilidade de continuar. Avançamos um pouca fazendo um incrível ziguezague, mas tivemos que retornar, pois as dificuldades aumentaram muito e o cansaço foi tomando conta. A próxima investida será para conhecer a “Caverna do Rapa” e o caminho passa por ali, então vamos fazer uma nova exploração, principalmente da caverna do Rei 2.


Detalhes sobre a trilha

Veja o percurso realizado através do link


Nivel de dificuldade: 2.2 a 4.5 (veja matéria no blog sobre níveis de dificuldade)
Distância total percorrida: 10,56 km
Tempo total (bate e volta) 7 horas e 15 min
Altura máxima atingida 107 m

Não recomendada para crianças e idosos. 

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