O fim do mundo esta próximo

         Não que eu acredite em calendários ou profecias. Acredito que o fim está próximo, pela observação direta do comportamento da humanidade, através das sociedades por ela compostas, ao redor deste planeta azul. Não é preciso ser vidente ou  inspirar-se em profecias para fazer esta afirmação. A previsão é matemática, a soma de dois módulos iguais com sinais opostos é nula. O resultado é lógico, prático e de fácil dedução.
            Os esforços e a lutas travadas para que uma sociedade possa evoluir depende unicamente do equilíbrio das forças que a compõe. Qualquer pessoa que tenha a mínima noção matemática da soma de vetores sabe do que eu estou falando. O pensamento humano corresponde a estes vetores, que são forças direcionadas em todos os sentidos. Para que possamos canalizar estas ondas cerebrais, obtendo um resultado útil para a sociedade como um todo, cada componente de força precisa fluir em sentidos parecidos, que não estejam defasados por uma grande diferença angular. Se estas forças começarem a se defasar demasiadamente, o resultado real na soma final dos esforços irá diminuindo até sua completa anulação. Se este equilíbrio de forças não puder ser mantido em direção e sentido haverá pouco ou nenhum progresso. Entretanto quando estas forças se equilibram na mesma direção, com sentidos opostos o colapso é iminente. A resultante deste sistema pode levar ao caos, à plena e total destruição, ou pelo menos a algum tipo de seleção, onde prevalecerão algumas espécies mais fortes.
            O que tenho observado no comportamento humano é a total displicência quando se trata de efetuar esta operação básica, naquilo que fundamentalmente nos diferencia, como seres humanos, dos animais irracionais. Queremos multiplicar riquezas, mas não queremos dividir o excesso desnecessário, queremos somar esforços, mas não queremos diminuir as diferenças entre os mais fortes e os mais fracos. Perdemos a formula matemática para a construção de uma sociedade perfeita (ou quase), porque desconhecemos a importância de alguns elementos que compõe o equilíbrio da matemática social, assim sendo, ética, cidadania, respeito, compaixão e racionalidade, estão com seus pesos relativos aviltados e desproporcionais, são vetores de módulos diminutos. Em contrapartida a ganância se agiganta, a competição selvagem é incentivada, a falta de ética e princípios morais esticam os vetores do mal. Não podemos mais confiar na lógica e na razão para explicar o que acontece dentro das sociedades.
            Vivemos um momento de efervescente polarização de ideias. Na política, nos esportes, cultura, lazer, nas étnicas, Tudo se encerra no mundo particular de cada um. O bem e o mal se polarizaram também, mas, as forças malignas parecem aos poucos ganharem mais adeptos. E ganham o reforço Justamente daqueles que desistiram ou foram tão humilhados que, como derrotados, não mais possuem forças para lutar.
            Observo diariamente nas redes sociais polarização de pensamentos. Vejamos por exemplo as questões da corrupção tão em evidente na atualidade, devido ao recente julgamento do mensalão, que terminou em uma condenação sem propósito. De um lado os nobres, valorosos e devotos defensores partidários, representados principalmente pelo PT. Estes valentes militantes, de maneira contumaz e irascível verberam aos quatro ventos a injustiça cometida aos seus fiéis discípulos, alvorotando-se no papel de juízes e confundindo a opinião pública, diga-se de passagem, naturalmente mal informada, como se os erros, desmandos ou falcatruas de qualquer espécie, cometida por um dos membros desta fiel milícia, fossem menos graves ou pudesse, de alguma forma, serem atenuados, Pregam a vingança como solução natural para a desordem. E por assim agirem desviam o foco de ações e costumes extremamente importantes que ficam apenas com o legado do esquecimento.
            De outro lado os não menos nobres e valorosos opositores, que de maneira exagerada e pouco racional, exaltam temas comunistas ou criticam as posições de todos aqueles que pensam diferente, como se o fato de se opor em pensamento fosse crime hediondo. Atacam as instituições, ferem a independência dos três poderes, bajulam o capital não importando os meios. Forçando a opinião pública a crucificar alguns escondendo outros, como se vivêssemos uma nova inquisição. Esta não menos fiel milícia de opositores em determinado momento se confunde com a primeira sendo o resultado desta imprecariedade o ajuntamento de adeptos nos extremos da ferradura, e ali se digladiam. Sem nenhum proveito desta luta para o progresso ou melhoria da sociedade.
            Podemos partir para qualquer outro campo de atividade da atual humanidade. Árabes e judeus, gremistas e colorados, negros e brancos, comunistas e capitalistas, cristãos e muçulmanos, todos sem exceção polarizaram suas ideias, cerraram as mentes não sendo possível a eles, sequer admitir a existência de um “caminho do meio”. Os homens fecharam a porta do diálogo, quebraram os códigos da confiança e lutam, desesperadamente, pelo poder e supremacia individuais, como se o viver harmoniosamente em sociedade não mais tivesse importância. Deste comportamento não podemos esperar nada além de conflito. Desta luta poderão resultar sobreviventes, mas nunca existirão vitoriosos.

Somente uma nova consciência, baseada na aceitação das diferenças, no amor próprio e ao próximo e, sobretudo, menos materialista, será capaz de salvar o planeta. Infelizmente esta não parece ser a lógica adotada pela maioria e continuamos, a passos largos, marchando para o colapso que representará o fim do mundo.

Comentários

  1. Kako...sempre com palavras que nos fazem refletir... Adoro seu pensamento amigo!

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  2. Ops ..esqueci de botar meu nome no comentário...Leila Ballock

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