A falência do capitalismo

"Não acredito mais que o sistema capitalista seja capaz, por si só, de resolver o grave problema das diferenças sociais; ou de alguma forma diminuir a enorme diferença existente entre ricos e pobres."


            A sociedade capitalista esta fundamentada no egoísmo e no acúmulo de bens materiais. O dinheiro criou uma identidade própria, tornou-se uma necessidade insuperável, nunca é suficiente para satisfazer os desejos criados artificialmente pela propaganda consumista. Além disto, os meios de produção concentram a riqueza na mão de poucos. Esta minoria criadora de leis e costumes não provê uma distribuição igualitária do capital. O trabalho quase não tem valor a partir do momento em que foi definido o critério que as coisas valem mais pela utilidade que tem. Se alguém tiver o privilégio de controlar algo que seja muito útil, este construirá seu império estipulando valores elevados ao seu produto e reduzindo ao máximo o valor do trabalho para produzi-lo.

            A evolução tecnológica não necessariamente tem contribuído para a melhoria na qualidade de vida da população mundial; na medida que substitui homens por máquinas, provoca maior redução no valor do trabalho humano aumentando os desníveis sociais. O que é produzido se destina a quem pode pagar. As pessoas consideram crescimento o fato de atingir uma melhor posição financeira ou um determinado status social. Esquecem que nesta luta desmantelam todos os fundamentos tradicionais, filosóficos e culturais, que durante muito tempo impulsionaram a humanidade rumo a evolução. Criou-se um abismo intransponível entre os povos, e nada do que se possa fazer irá corrigir esta diferença, a menos que se crie um novo sistema, baseado na fraternidade, na tolerância às diferenças e que, sobretudo, seja moldado pela ética e pela moral, legislando em função das verdadeiras necessidades humanas.

            O tempo necessário para uma transformação é muito longo. Esta grande mudança só poderá ser acelerada, ou mesmo viável, após uma grande convulsão social. Não se trata de pessimismo, mas somente o colapso e o caos poderão corrigir os rumos da sociedade humana. Não se iludam com ideias e políticas mirabolantes, porque a criação e a propagação de mensagens esta restrita a poderosos meios de comunicação que trabalham justamente a favor do grande deus chamado dinheiro. Temos, pelo menos, que suspeitar da nossa tão falada liberdade e rever o significado do termo “democrático”. Quem tem olhos que veja, quem tem ouvidos que ouça. Para criarmos uma sociedade mais justa precisamos de uma nova humanidade e somente o tempo poderá lapidar esta rocha.

               Tudo na vida moderna foi reduzido a uma simples questão econômica. Populações gigantescas são consideradas apenas como mercado. Os valores religiosos, inclusive a ética, foram submetidos ao império financeiro e à necessidade que as igrejas criaram de faturarem cada vez mais, a fim de manterem a hegemonia de seus impérios. Os valores foram invertidos de tal forma que já não se sabe mais a diferença entre certo e errado. Não é mais uma questão política, pois os políticos, ao se acomodarem como uma classe social distinta, são ferrenhos defensores de privilégios, desprezando as necessidades verdadeiras da população. Para piorar o contexto, todo o sistema de justiça misturou-se nesta classe política; unindo legisladores e juízes para que se transformem direitos em privilégios e privilégios em direitos! cada vez mais se torna evidente a exploração do homem pelo homem. Pior; este desvirtuamento virou critério comum.

                   Também não é mais uma questão de ideologias, pois direita e esquerda, viraram apenas jargões pejorativos, que as pessoas usam para acusarem seus opositores. Não percebem que a ignorância  uniu os opostos! Estamos vivendo momentos conturbados; através de um capitalismo selvagem aguçando as mentes desprevenidas, parece quase impossível encontrar soluções adequadas. O próprio sistema capitalista fomenta crises periódicas. De que forma um sistema gerador de crises (pois delas se alimenta), poderá trazer uma eventual mudança social, que seja favorável e justa? 

                      No Brasil a intransigência e o desconhecimento completam o quadro caótico da sociedade. A medida que o tempo passa retrocedemos e abraçamos conceitos já superados. Ao invés de aprimoramento estamos passando por um processo de recrudescimento de crises. Como se tentássemos resolver problemas novos através de soluções antigas. Até quando permaneceremos adormecidos ou cegos? Está mais do que na hora de modificarmos nossa sociedade para melhor, me parece que o caminho mais viável é através da fraternidade e da tolerância, de uma melhor distribuição das riquezas e o aprimoramento do conceito de "Nação", pois estamos vivendo um momento de barbarismo nacional onde, nem sequer a constituição, regra máxima da nação, consegue ser devidamente cumprida. Basta de secessão! Vivemos um desequilíbrio muito grande, que nos impede de criar um caminho do meio alternativo. No momento parece que a solução de nossos problemas só poderá advir através de ideias reformadoras e alinhadas com as transformações tecnológicas e humanas. Me parece que este caminho está bem a esquerda do que o atual, não será fácil construir a tal via alternativa sem a participação de toda a população. Eleições tem provocado discussões e não debates tendo elegido representantes de minorias.

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